Por que a insatisfação no trabalho afeta mais da metade dos brasileiros?
De acordo com pesquisa do Instituto Locomotiva, 56% dos trabalhadores brasileiros com carteira assinada apresentam insatisfação no trabalho. Além disso, apenas um terço dos entrevistados se declarou satisfeito de modo geral com o emprego.
É preciso entender os reais motivos de essa insatisfação afetar mais da metade dos brasileiros, qual o impacto disso no desempenho empresarial e como essa situação pode ser amenizada. Assim, todos podem ser beneficiados.
Para se ter ideia, algumas pesquisas identificam uma forte correlação entre o investimento em qualidade de vida dos funcionários e o desempenho dos negócios, sendo que 90% dos líderes relatam o aumento da produtividade e 92%, a melhoria na imagem da empresa. Ao contrário, empresas que não conseguem gerar bem-estar e satisfação perdem em competitividade e desempenho.
Reunimos uma série de informações sobre o assunto. Aqui, você vai entender os problemas relacionados à insatisfação dos empregados, as principais causas e como o RH deve agir para amenizar a situação. Continue a leitura do artigo!
Os impactos da insatisfação dos funcionários para a empresa
São diversos os problemas relacionados à falta de satisfação com o emprego. Sem prazer pelo que fazem, os profissionais não entregam o melhor, o clima de trabalho fica denso e toda a empresa é prejudicada. Entenda mais!
Baixo rendimento no trabalho
São inúmeras as pesquisas que apontam a falta de produtividade no horário de trabalho. De acordo com levantamento da Microsoft, feito com 38 mil profissionais, cerca de 17 horas semanais no trabalho são improdutivas. Grande parte do baixo rendimento é em virtude da insatisfação.
Quando os profissionais não estão felizes, dificilmente conseguem entregar o seu melhor, fazer além do que é pedido ou ter um elevado desempenho. Isso implica no baixo rendimento da equipe e, por consequência, de toda a organização.
Clima organizacional pesado
O clima organizacional é uma espécie de “atmosfera” empresarial, que impacta e é impactada pelo público interno. Quando os talentos estão infelizes no que fazem, o clima é prejudicado, torna-se mais pesado e nocivo ao bem-estar coletivo.
Há, no entanto, uma série de consequências correlacionadas. A falta de um bom clima organizacional afeta as relações interpessoais, gera conflitos, aumenta a rotatividade de talentos e implica na perda de criatividade. Ou seja, são muitos os problemas.
Aumenta os custos operacionais
Nem sempre associados, a insatisfação no trabalho implica em maiores custos para a organização. Isso porque a evasão de talentos é maior, bem como o número de erros e problemas ao longo do expediente. Logo, torna-se mais caro manter o negócio.
Para se ter noção, a simples demissão de um profissional pode custar até um ano do seu trabalho. Além disso, há custos extras com um novo processo seletivo, integração e treinamento de outro profissional. Custos com origem na insatisfação.
Esses são apenas alguns exemplos, porém, existem outros. A falta de satisfação gera negligência, pouca comunicação, afeta o espírito de equipe e pode até fazer com que alguns colaboradores busquem prejudicar intencionalmente a empresa.
Os fatores que mais influenciam a insatisfação no trabalho
Os fatores geradores de insatisfação podem ser diversos, variando de negócio para negócio e profissional envolvido. Há, no entanto, alguns problemas recorrentes e que podem (e devem) ser corrigidos. Confira nos próximos tópicos!
Falta de equilíbrio na vida pessoal-profissional
Algumas empresas tentam extrair tanto dos seus funcionários que acabam por desequilibrar sua vida pessoal e profissional. Logo, resta pouco tempo para cuidar de assuntos pessoais, sair com a família ou se divertir com amigos.
Essa falta de equilíbrio é, sem dúvida, um fator gerador de insatisfação. Decorre de metas excessivamente agressivas, clima de trabalho competitivo e pouca gestão do tempo. Então, é preciso criar estratégias para mitigar esse fator.
Os próprios líderes devem cobrar equilíbrio dos seus subordinados, incentivando-os a entrar e sair do trabalho no horário devido. Também deve haver uma política clara de compensação de horas que garanta o uso adequado das horas extras.
Pouco alinhamento de propósito
Os profissionais são 2,3 vezes mais propensos a permanecer em um emprego quando têm uma forte conexão com o propósito do seu empregador. Quando há um sentido maior e autêntico, também há bem-estar e felicidade no trabalho.
Infelizmente, na maior parte das vezes, essa conexão não existe. Os profissionais nem mesmo entendem o propósito da empresa onde atuam.
Esse problema deve ser combatido ainda na seleção, objetivando a contratação de profissionais com valores e propósito alinhados aos da empresa — o que é chamado de fit cultural. Também é preciso comunicar com fervor o propósito da empresa.
Ausência de feedbacks consistentes
O feedback não se resume a falar das falhas e pontos fracos de um profissional, muitas vezes é reconhecer seu bom desempenho. De modo geral, consiste no retorno de informação dado aos colaboradores da empresa.
Pelos mais diversos motivos, muitos profissionais deixam de receber feedback (e quando recebem, é para falar de suas falhas). Isso gera uma perspectiva de falta de reconhecimento, o que resulta em insatisfação.
Segundo pesquisa, quando um gerente reconhece seu subordinado há um aumento de comprometimento de até 60%, um número realmente significativo. Logo, é imprescindível que a liderança gere e equilibre o feedback.
Baixa relação do crescimento com a meritocracia
A meritocracia é um dos fatores mais importantes para o bem-estar e satisfação no trabalho. Consiste em recompensar os profissionais, em termos de carreira e salário, de acordo com seus resultados, não pela proximidade ou afinidade.
Quando os profissionais enxergam um baixo senso de meritocracia passam a considerar a empresa e a liderança injusta, visto que só os mais “próximos”. Isso implica na perda de comprometimento, entusiasmo e satisfação no trabalho.
O papel do RH na solução desses conflitos
Considerando todos esses fatores, o RH é de suma importância para aumentar a satisfação no trabalho, garantir o bem-estar dos funcionários e o crescimento da empresa. Então, é preciso de novas práticas e políticas relacionadas ao tema.
O RH, junto aos líderes de equipe, deve garantir o equilíbrio entre a vida pessoal-profissional dos funcionários, disseminar claramente o propósito da empresa, gerar feedbacks consistentes e recompensar com base na meritocracia.
De igual modo, é interessante contar com uma consultoria que tenha experiência com o assunto e que possa apontar o caminho mais diligente para obter grandes resultados. Logo, será possível aumentar a satisfação interna em menor tempo.
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Concordo plenamente com a questão da influência do Rh a elaboração de um plano estratégico de motivação. Este plano deve ser feito em conjunto com o “Top management” da empresa. A responsabilidade é de todos que definem o planejamento estratégico, e que têm o conhecimento de até onde a empresa pode investir neste plano. Com certeza todo o investimento voltará com excelentes resultados.
Esta motivação começa com a criação de um ambiente motivador, onde o “feed back” é uma das principais ferramentas para o sucesso deste plano.
Outra questão é tratar o colaborador como um cliente, o que muitas vezes não acontece. Exceder as expectativas do seu colaborador, trás mais resultados do que se imagina. Existe uma frase muito importante que deve ser usada sempre. ” Cuide muito bem dos seus colaboradores, que eles cuidarão muito bem do seu negócio”